Os Nautas Destemidos
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| Oceano cavalgando monstros do mar | |
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Argonautas, oceanautas e astronautas são as denominações diversas que tiveram aqueles bravos e corajosos homens que, na mitologia ou na história, tentaram ampliar os estreitos horizontes e os espaços da humanidade, primeiro pelos mares e rios, em seguida pelos oceanos e, finalmente, pelo vastíssimo cosmo que nos envolve.
Os Argonautas"Pensa em quem tu és, e adota novas formas de conduta. Novo é também quem reina entre os deuses."
Oceano a Prometeu (Ésquilo "Prometeu acorrentado")
Os arautos percorreram os quatro cantos da Grécia. Estavam atrás de homens. Não de uns quaisquer, mas de homens extraordinários, de braço forte e peito largo, ou com poderes inusitados. Anunciavam a proximidade de uma grande viagem que partiria das praias da Tessália e precisavam de varões destemidos dispostos a tudo. A empresa era comandada por Jasão, que, para reaver o reino de Iolcos usurpado pelo seu tio Pétias, aceitara o desafio de ir buscar o Tosão de Ouro. Tratava-se de uma lã maravilhosa tosqueada há tempos de um carneiro divino e que encontrava-se nas lonjuras do Cáucaso, aos cuidados do rei Aetes e protegida por um dragão de confiança.
Logo 50 heróis se apresentaram na praia de Pégasas para enfrentarem voluntariamente as inconstâncias do mar. Entre eles os gêmeos Castor e Polux, capazes de contornar tempestades; o músico Orfeu, com a função de ritmar as remadas e afastar com o som da sua lira e da sua voz divina os mortíferos cantos das sereias; o colossal gigante Héracles que tinha a tarefa de evitar danos ao barco, enquanto Tifis, orientado na arte de navegação pela deusa Atená, assumia a pilotagem da nau construída por Argos. Daí chamarem-se eles os argonautas, "os marinheiros da nau Argo".
Jasão e Medéia
Içadas as velas, por mil perigos e desafios os bravos marinheiros passaram. Os trovões os ensurdeceram, harpias monstruosas desabaram dos céus sobres eles, enquanto que do fundo do mar Possêidon, agitando o tridente, assolava a Argo com vagalhões formidáveis. No Bósforo, traspassaram por um triz os Simplégadas, os terríveis rochedos móveis que esmagavam quem tentasse atravessá-los. A coragem deles tudo superou. Chegados ao reino de Aetes, graças à Medeia, a filha-feiticeira do rei, que se apaixonara por Jasão, o herói matou o dragão e, em seguida, pondo a mão no Tosão de Ouro, fugiu com ela e com todo os seus companheiros de volta à Grécia.
O Périplo dos Argonautas
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| Ulisses e o desafio das sereias | |
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Não foi porém um retorno tranqüilo. Longe disso. Perseguidos, os argonautas tiveram que dar uma volta sensacional por boa parte da Europa, incursionando inclusive pelo rios Danúbio, Pó e Ródano, para chegarem finalmente sãos e salvos de volta à Hélade. Gregos e romanos sempre acreditaram que essa extravagante viagem, ocorrida antes das façanhas de Ulisses, fora real, tanto assim que vários dos seus poetas, como Píndaro, Apolônio de Rodes e Valério Flaco, as relataram em detalhes. Um feito mítico que inspirou a maioria das expedições do mesmo gênero feitas bem depois no Mar Egeu e no Mediterrâneo, e que mereceram ser celebradas nos cantos de Homero e de Virgílio.
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