terça-feira, 15 de março de 2011

As Grandes Navegações


Os Nautas Destemidos


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Oceano cavalgando monstros do mar
Argonautas, oceanautas e astronautas são as denominações diversas que tiveram aqueles bravos e corajosos homens que, na mitologia ou na história, tentaram ampliar os estreitos horizontes e os espaços da humanidade, primeiro pelos mares e rios, em seguida pelos oceanos e, finalmente, pelo vastíssimo cosmo que nos envolve.


   Os Argonautas
"Pensa em quem tu és, e adota novas formas de conduta. Novo é também quem reina entre os deuses."
Oceano a Prometeu (Ésquilo "Prometeu acorrentado")
Os arautos percorreram os quatro cantos da Grécia. Estavam atrás de homens. Não de uns quaisquer, mas de homens extraordinários, de braço forte e peito largo, ou com poderes inusitados. Anunciavam a proximidade de uma grande viagem que partiria das praias da Tessália e precisavam de varões destemidos dispostos a tudo. A empresa era comandada por Jasão, que, para reaver o reino de Iolcos usurpado pelo seu tio Pétias, aceitara o desafio de ir buscar o Tosão de Ouro. Tratava-se de uma lã maravilhosa tosqueada há tempos de um carneiro divino e que encontrava-se nas lonjuras do Cáucaso, aos cuidados do rei Aetes e protegida por um dragão de confiança.


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A nau Argos
Logo 50 heróis se apresentaram na praia de Pégasas para enfrentarem voluntariamente as inconstâncias do mar. Entre eles os gêmeos Castor e Polux, capazes de contornar tempestades; o músico Orfeu, com a função de ritmar as remadas e afastar com o som da sua lira e da sua voz divina os mortíferos cantos das sereias; o colossal gigante Héracles que tinha a tarefa de evitar danos ao barco, enquanto Tifis, orientado na arte de navegação pela deusa Atená, assumia a pilotagem da nau construída por Argos. Daí chamarem-se eles os argonautas, "os marinheiros da nau Argo".

Jasão e Medéia


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Jasão e Medéia
Içadas as velas, por mil perigos e desafios os bravos marinheiros passaram. Os trovões os ensurdeceram, harpias monstruosas desabaram dos céus sobres eles, enquanto que do fundo do mar Possêidon, agitando o tridente, assolava a Argo com vagalhões formidáveis. No Bósforo, traspassaram por um triz os Simplégadas, os terríveis rochedos móveis que esmagavam quem tentasse atravessá-los. A coragem deles tudo superou. Chegados ao reino de Aetes, graças à Medeia, a filha-feiticeira do rei, que se apaixonara por Jasão, o herói matou o dragão e, em seguida, pondo a mão no Tosão de Ouro, fugiu com ela e com todo os seus companheiros de volta à Grécia.

O Périplo dos Argonautas


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Ulisses e o desafio das sereias
Não foi porém um retorno tranqüilo. Longe disso. Perseguidos, os argonautas tiveram que dar uma volta sensacional por boa parte da Europa, incursionando inclusive pelo rios Danúbio, Pó e Ródano, para chegarem finalmente sãos e salvos de volta à Hélade. Gregos e romanos sempre acreditaram que essa extravagante viagem, ocorrida antes das façanhas de Ulisses, fora real, tanto assim que vários dos seus poetas, como Píndaro, Apolônio de Rodes e Valério Flaco, as relataram em detalhes. Um feito mítico que inspirou a maioria das expedições do mesmo gênero feitas bem depois no Mar Egeu e no Mediterrâneo, e que mereceram ser celebradas nos cantos de Homero e de Virgílio.



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